Conflitos x Soluções – Parte 1

Numa tarde qualquer de trabalho, eis que meu superior (na hierarquia) me pede um determinado serviço.
Era uma correção de um desenho (na época eu era projetista de desenhos estruturais).
Ele, muito exigente ao meu ver naquele momento, questionou algo que eu não havia feito na sua totalidade. Como já era retrabalho, ele me cobrou de forma mais ríspida, quase com uma bronca (Isso no meu entendimento daquela época).
Com os meus 20 e poucos anos (lá por 2008, 2009), pouca inteligência emocional e muita cobrança interna de sempre fazer o melhor e não poder errar, fiquei aflita, nervosa, baixei a cabeça para o tom com o qual ele me cobrava, fui ao banheiro e desandei a chorar. Acho que boa parte do escritório ouviu, porque era um choro quase incontrolável. Foi um alívio e ao mesmo tempo uma vergonha. Alívio porque tinha muita coisa guardada em mim e vergonha porque muita gente tinha ouvido o meu choro e eu me perguntava: E agora, como vou sair do banheiro e enfrentar a galera? O que vou dizer para eles?
Como o escritório era relativamente pequeno, quase todos tinham visto o ocorrido, o tom de voz alterado do meu superior e eu quase chorando indo para o banheiro.
Ficou um climão…
No dia seguinte, com os ânimos mais calmos, o gestor da empresa nos chamou para conversar. Ou melhor, primeiro ouviu ele, depois eu e, então, nós dois juntos.
Achei aquilo de uma sensibilidade, esperteza e inteligência incríveis! O gestor era um baita líder! Ele incentivava a galera, ouviu todos da empresa de tempos em tempos. Como era empresa de engenharia, ouvia desde a moça da limpeza até o coordenador de projetos, passando pelas equipes de projetistas e engenheiros. Tudo fluía melhor com o espaço que ele dava para nos ouvir e para falar. A escuta ativa dele e a troca dos pontos de vista de todos contribuía muito para o melhor desempenho da equipe. Da empresa.
A comunicação fluía melhor, a motivação mantinha uma constância e produtividade era estável.
Nesta ocasião, precisei que um terceiro intervisse num conflito. Com o emocional abalado, pouco autoconhecimento, pouco entendimento dos meus próprios conflitos internos, deixei que um terceiro assumisse o controle da situação. Que bom que eu tive essa oportunidade de um bom líder fazer esse papel! Mas e se…eu tivesse mais conhecimento de mim mesma, como teria sido?
Num próximo post eu falo sobre isso.
A reflexão que fica neste momento é:
Como tem sido a liderança na sua empresa? Como tem sido o gerenciamento de conflitos no seu espaço corporativo? Tem contribuído ou atrapalhado o desempenho da empresa?


