O poder de cuidar dos outros
Relato de uma profissional de Recursos Humanos:
“A gente se importa com gente. E “a gente” se importa com a gente?
Ou seja, se eu, profissional de Recursos Humanos recebo devolutivas de cumprimentos de prazos, de ações a serem realizadas, de mandamentos da empresa (leia-se: valorizar a cultura organizacional), por quê você acha que somente você é pressionado? Que tem que bater meta?
A pressão por resultados é diária. Não dá para esconder a insatisfação às vezes, porque eu também sou humana. Porque eu também tenho as minhas demandas e eu também sou filha, sou mãe e, muitas vezes, neta e demandas vem a todo o momento.
E, não, não sou privilegiada porque tenho um cargo de liderança, ou que muitos acham que eu ganho muito para o que se faz. Tem gente que acha que é só fazer o Pix, os pagamentos em geral, ver folha de pagamento, transferências bancárias, cuidar de uma ou outra demanda de posicionamento perante os chefes, em sua hierarquia, mas não é só isso. Aliás, é muito mais do que isso e, muito mais coisas e ações, eu gostaria de fazer. Mas não dá tempo. Não há recursos para tanto, muitas vezes.
Passar por muitas empresas me deixou doente, com sequelas graves em mim, desde meu extremo cansaço emocional até minha depressão suicida que poderia ter sido evitada por eu me conhecer melhor, me posicionar e não aceitar muitas demandas que vinham para mim.
Hoje vejo que é essencial eu me posicionar perante qualquer pessoa que venha a me cobrar algo, mas não só cobrar e, sim, relatar qualquer coisa que não seja congruente com o que eu acredito, penso, faço. É muito fácil se deixar levar, se sua mente está dispersa, envolto no trabalho e nas demandas loucas exigidas por pessoas, muitas vezes, incapacitadas de estarem em cargos de chefia. Não por competência técnica, mas por comportamento inadequado que exige de você algo que nem ele mesmo faz. As horas extras são para a maioria, não para minoria. Nada contra. Mas quem leva a melhor, geralmente, na maioria das vezes, é que está em cargos altos que mal sabem dar um “oi” para o colega do lado. Se sentem superiores e, dentro de si, há um medo e uma impotência de assumirem quem são.
Este é meu relato, minha querida.
Pode publicar para que todos saibam o que acontece no dia a dia de uma empresa grande e de médio porte, na qual eu estive por vários anos.
Pergunta para o povo aí: Quem aí se identifica comigo?
Meu nome é Vânia, chefe de um setor de Recursos Humanos que vê em você, Anne, a potência de transformação de pessoas em vários cargos dentro da empresa.
Obrigada por seu trabalho!
Um grande beijo!
Fique com Deus.”
Você se identificou com algum trecho do relato da Vânia?
Este é um dos muitos relatos que se tem na atualidade; de excessos, de falta de posicionamento, pelo simples fato de ignorarmos quem somos e passarmos por cima de nossos valores próprios.
Se você tivesse a oportunidade de mudar HOJE algo que você quer diferente num futuro breve, o que você faria?


