Um novo momento. Somos feitos de novos momentos a todo instante.
Pequenos ciclos se encerram e outros iniciam. Nem sempre nos damos conta.
A criança deu espaço à adolescente, a adolescente deu espaço à adulta jovem, à adulta madura e assim por diante. São tantas fases que, às vezes, não nos damos conta do quanto já construímos. Do quanto já caminhamos. Do quanto de CORAGEM tivemos. Do quanto de medo também. Por muitas vezes deixamos ele silenciar nossos sonhos, nossos projetos, nossos amores e, até, nossos valores. Valores esses que vejo que nunca deveriam ser deixados de lado. Mas se não estamos presentes, se deixamos nossa vida ser guiada pelo inconsciente ou pelo outro, não chegaremos onde queremos. Ou, será muito mais difícil, doloroso, árduo.
E a vida pode ser mais leve. Não que não precise de esforço. Mas um esforço mínimo para um resultado máximo.
Precisei pausar esses dias para analisar o quanto já construí uma carreira sólida e reconhecida. Foram 17 anos atuando em escritórios corporativos, de engenharia – juntamente com design de interiores – que me levaram a patamares mais elevados. Ser reconhecida para fazer um trabalho que pouquíssimos faziam me deixou com um frio na barriga enorme, mas eu consegui. Com dedicação, escutando atentamente quem já tinha feito aquilo – por muito mais tempo que eu, solicitando ajuda / apoio.
Sendo educada. Meus pais sempre me ensinaram a agir com educação, com polidez. Tá certo que não sou a pessoa mais simpática do mundo, não sou de muitos sorrisos à primeira vista, mas me considero uma pessoa acessível. No sentido: Sim!! Você pode vir conversar comigo que eu vou te ouvir, vou te receber da melhor maneira possível.
Após um rompimento – de atuação – numa empresa de engenharia, na qual eu me vi sem chão, porque eu achava que somente o pilar TRABALHO era mais importante, muitas chaves viraram na minha vida. Foi doloroso demais perceber algumas coisas. Tive que aprender pela DOR que a VIDA vale mais! Que se aquela porta fechou, outras abririam.
Que minha irmã, cuidadosa e insistentemente, me fez fazer terapia. E foi a melhor coisa que me aconteceu. Busquei a terapia. E de lá, mais mudanças aconteceram em função de escolhas positivas que fiz para minha vida. Não digo que foi fácil e leve o tempo todo porque não foi. Teve muita dor, dúvida e paralisação. Sim! Paralisei algumas vezes e me senti a pior pessoa do mundo. Mas os dias passaram, dei “tempo ao tempo” (tão desafiador isso, não é?!) e foi fluindo. Aprendi a ter presença, a ter escuta ativa. Aprendi a me entender para comunicar melhor com o outro. Aprendi a agradecer, pelas coisas boas e não tão boas assim. Aprendi que as atitudes do outro perante a mim tem a ver comigo também. O que eu preciso / posso aprender com ele, com o que o outro me mostra?
Aprendi, ainda na dor e na resistência, de que tudo o que fiz foi suficiente. De que sim, tenho uma carreira de sucesso e reconhecimento. O meu novo posicionamento não invalida tudo o que vivi até então.
Foram alguns bons anos de atuação na engenharia no design de interiores. Hoje, não faz mais sentido atuar da forma que eu atuava nestas duas frentes. Hoje integro (sim, integro. Não é uma coisa “OU” outra, é uma coisa “E” outra) essas áreas ao que faço hoje: desenvolvimento humano para empresas, com foco atualmente em comunicação e gerenciamento de emoções. Tudo o que vivi nos últimos 7 anos em cursos livres voltado para a área humana, de desenvolvimento humano, levo para as pessoas em empresas.
Hoje, a engenharia estrutural me mostrou o quão importante é ter uma base sólida. Afinal, sem ela, nenhuma obra bela se sustenta. A longo prazo.
A engenharia me trouxe a rigidez, mas, também, a sustentação. O que se faz ao longo do tempo e se preserva. Chamo isso de essência. Aquilo que é seu de todas as maneiras, no seu íntimo, que não muda. (e que inclusive te leva a lugares mais longínquos, justamente por ser quem você é).
O design de interiores me trouxe a beleza, o poder da transformação. O “empoderamento” – no sentido mais leve e poderoso da palavra. Não é bom quando um ambiente é reformado e tem a sua identidade? Não precisa de obras mirabolantes para mudar. Às vezes são pequenas mudanças no espaço que fazem total diferença. Uma cor nova, trocar algumas coisas de lugar, já muda muito!
E aqui relaciono a pequenas mudanças que podemos fazer na nossa mente. Mudar uma atitude, um comportamento. Que tal trocar a atividade física do período noturno para o diurno? Que tal incluir um pensamento positivo na sua mente diariamente? Agradecer por algo bom e não tão bom assim (sei que este último é mais desafiador, porém, necessário)? Fazer pequenas pausas ao longo do dia, ao invés de esperar somente o final de semana ou o próximo dia para fazer isso. Tomar coragem para tirar aquele projeto do papel. Um primeiro passo. Não muito grande, mas o suficiente para iniciar e se colocar em movimento.
Aqui, trouxe a minha história, a minha verdade e algumas mudanças que aconteceram e acontecem na minha vida. Espero que eu tenha contribuído para algo na sua vida hoje.
Te pergunto: O que você tem adiado que pode ou precisa ser colocado no mundo HOJE?
Até breve!
Com carinho,
Anne Huller.



